\/p>
A atriz e produtora baiana Maria Gal acaba de se despedir da personagem Gleyce Soares, de As Aventuras de Poliana. Foram dois anos no ar, de forma ininterrupta, interpretando uma t\u00edpica representante da mulher brasileira, que esbanja for\u00e7a e determina\u00e7\u00e3o. Do trabalho na faxina \u00e0 faculdade de administra\u00e7\u00e3o, sua personagem mostra realizar sonhos \u00e9 poss\u00edvel.\u00a0<\/p>
Em entrevista exclusiva \u00e0 Revista MaisBonita, Gal fala do in\u00edcio da carreira em Salvador, sobre representatividade e racismo. Este tema, ali\u00e1s, virou uma bandeira em sua trajet\u00f3ria de vida. Hoje, ela \u00e9 uma das principais ativistas dos direitos dos negros no pa\u00eds.\u00a0<\/p>
RMB<\/strong> - \u00a0 Voc\u00ea ficou no ar por dois anos seguidos com a Gleyce, de As Aventuras de Poliana, do SBT. Como foi essa experi\u00eancia?<\/em><\/p> <\/p> GAL<\/strong> - Eu costumo dizer que essa personagem foi um grande presente e poder interpret\u00e1-la por tanto tempo na TV foi uma del\u00edcia. A Gleyce tem a trajet\u00f3ria de vida de muitas brasileiras, de m\u00e3es solteiras que lutam para educar seus filhos, que batalha e que n\u00e3o desiste dos sonhos.\u00a0<\/em><\/p> RMB<\/strong> - \u00a0Sua personagem teve uma trajet\u00f3ria muito bonita no ar, de supera\u00e7\u00e3o, de empoderamento e de rela\u00e7\u00e3o com filhos e amigos. Voc\u00ea se inspirou em algu\u00e9m para construir essa personagem?<\/em><\/p> \u00a0GAL<\/strong> - Ah, a composi\u00e7\u00e3o dessa personagem tem um pouco de muitas mulheres que convivi ao longo da vida, mas principalmente da minha m\u00e3e.\u00a0<\/em><\/p> RMB<\/strong> - \u00a0A novela tem \u00edndices de audi\u00eancia alt\u00edssimos e vai voltar no ano que vem. A fam\u00edlia Soares volta?<\/em><\/p> <\/p> GAL<\/strong> - Sim, a fam\u00edlia Soares volta com tudo e ainda melhor, pois ter\u00e1 a entrada do Henrique, personagem do Paulo Am\u00e9rico, que foi professor da Gleyce na faculdade de Administra\u00e7\u00e3o. Eles terminaram juntos essa primeira fase e devem ficar ainda mais pr\u00f3ximos. O n\u00facleo cresce com a entrada dele e essa fam\u00edlia fica ainda empoderada. \u00a0Isso \u00e9 muito gratificante para mim, porque ela teve uma trajet\u00f3ria muito linda dentro da trama e tenho certeza que para muita gente que torce pela personagem. \u00a0<\/em> GAL<\/strong> - Sim, muito bacana. \u00c9 o programa \"Dicas da Gleyce\", que est\u00e1 l\u00e1 no Youtube, dentro do canal oficial da novela. Como a Gleyce passou na faculdade de administra\u00e7\u00e3o e por conta disso, a fora da trama, a personagem ganha esse programa que \u00e9 basicamente dar dicas de finan\u00e7as compartilhar experi\u00eancias e empreendedorismo. Foi muito interessante trazer a personagem para a o mundo real e ainda mais num canal t\u00e3o grande, com tanto alcance. S\u00e3o 7 milh\u00f5es de inscritos e mais de 2.6 bilh\u00f5es de visualiza\u00e7\u00f5es. Est\u00e1 sendo muito interessante fazer esse programa e trazer essa personagem negra, falando de finan\u00e7as, para o mundo real. O \"Dicas da Gleyce\" estreou no meio da pandemia e foi interessante poder levar um conte\u00fado relevante, como \u00e9 o tema do empreendedorismo e finan\u00e7as, para as pessoas bem neste momento delicado.\u00a0<\/em><\/p> RMB<\/strong> - Voc\u00ea est\u00e1 vivendo um momento muito bacana, n\u00e3o temos d\u00favida, mas como foi o in\u00edcio na profiss\u00e3o?\u00a0<\/em><\/p> <\/p> GAL<\/strong> - Eu sou formada em designer gr\u00e1fico e depois eu fui fazer curso de interpreta\u00e7\u00e3o no Teatro Vila Velha, em Salvador. Eu sou baiana e morava em Salvador naquela \u00e9poca... Trabalhei com M\u00e1rcio Meirelles e no Bando de Teatro Olodum. Ainda em Salvador eu fiz sonho de \"Uma Noite de Ver\u00e3o\", \"Cabar\u00e9 da Ra\u00e7a\", enfim, muitas coisas marcantes. E, este in\u00edcio em Salvador foi muito importante na minha vida. Foi o momento que caracteriza a atriz que eu sou hoje, que tem esse DNA empreendedor e ativista.\u00a0 RMB<\/strong> - \u00a0Voc\u00ea \u00a0\u00e9 negra, nordestina e mulher. Nada disso impediu que voc\u00ea sa\u00edsse da sua cidade para viver seu sonho. De onde vem essa for\u00e7a?\u00a0<\/em><\/p> <\/p> GAL<\/strong> - Essa for\u00e7a tem a ver com a minha fam\u00edlia, que \u00e9 muito espiritualizada, apesar de termos v\u00e1rias religi\u00f5es numa mesma fam\u00edlia, somos de muita f\u00e9. Eu sou de Oxum, capricorniana. Meu pai foi um homem que iniciou a vida como mec\u00e2nico e virou Ju\u00edz. Ele foi um homem que batalhou, que estudou para ter um espa\u00e7o melhor. Ent\u00e3o, acho que vem da\u00ed essa vontade de crescer, de sonhar, de entender o meu lugar no mundo. Entender que eu sou a dona do meu destino. N\u00e3o \u00e9 f\u00e1cil, mais \u00e9 importante a gente sonhar grande. Sempre grande, gente e buscar parceiros, aliados para mudar o mundo para melhor. Um lugar mais justo, mais igualit\u00e1rio e fazer o que a gente realmente ama fazer.\u00a0<\/em><\/p> RMB<\/strong> - Como a mulher forte que voc\u00ea \u00e9 lidou com o isolamento? Em algum momento a tristeza chegou?<\/em>\u00a0<\/p> GAL<\/strong> - Ah, com certeza. \u00c9 um momento delicado, que a gente n\u00e3o sabe o que vai acontecer, o que ser\u00e1 do futuro, do Brasil e at\u00e9 do mundo! Ainda mais neste momento t\u00e3o complexo e delicado que o pa\u00eds vive, em v\u00e1rios sentidos, como econ\u00f4mico, social... Ent\u00e3o bate a tristeza sim, mas eu sou de muita f\u00e9 e estou trabalhando muito em casa. Estou escrevendo muito para a minha coluna e escrevendo novos projetos tamb\u00e9m. A gente vai se adaptando a essa nova realidade e pedindo para essa vacina chegar logo, para que a gente possa voltar logo a vida, n\u00e3o como era antes, \u00f3bvio, mas para voltar a trabalhar, encontrar os amigos, a viver...<\/em><\/p> RMB<\/strong> - \u00a0H\u00e1 alguns dias voc\u00ea sofreu uma ofensa racista nas redes sociais. Como lidou com isso?\u00a0<\/em><\/p> <\/p> GAL<\/strong> - N\u00e3o \u00e9 nada agrad\u00e1vel, \u00e9 extremamente desconfort\u00e1vel, ainda mais que n\u00e3o \u00e9 a primeira vez, sabe. J\u00e1 tinha acontecido antes na rede social e at\u00e9 presencialmente. Acredito que ao longo da vida, toda ou quase toda a popula\u00e7\u00e3o negra j\u00e1 tenha sofrido racismo. Mas, \u00e9 importante a gente n\u00e3o se calar. N\u00e3o estamos sozinhos, \u00e9 importante refor\u00e7ar que n\u00e3o estamos sozinhos e ir atr\u00e1s dos nossos direitos, pois racismo \u00e9 crime!<\/em> RMB<\/strong> - Voc\u00ea v\u00ea alguma solu\u00e7\u00e3o para o problema do racismo no Brasil?<\/em><\/p> GAL<\/strong> - Bem, a solu\u00e7\u00e3o que eu vejo para Brasil hoje \u00e9 que as pessoas brancas se sensibilize e tomem atitudes concretas em rela\u00e7\u00e3o a isso. O movimento negro j\u00e1 vem falando sobre isso h\u00e1 anos e s\u00f3 agora uma parte da sociedade acordou e percebeu o qu\u00e3o gritante \u00e9 o racismo neste pa\u00eds. \u00c9 importante que as pessoas se conscientizem no dia a dia, porque a sociedade v\u00ea o racismo pelo \u00e2mbito da moral... O racismo n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 quando voc\u00ea xinga, ofende, ou mata algu\u00e9m. Ele est\u00e1 presente no cotidiano, quando voc\u00ea emprega, est\u00e1 no vocabul\u00e1rio, est\u00e1 presente nas piadinhas e nas redes sociais. Est\u00e1 em todos os lugares. A \u00fanica solu\u00e7\u00e3o \u00e9 mobilizar a sociedade, os pol\u00edticos, pois as pessoas brancas est\u00e3o nos postos de tomada de decis\u00e3o e elas precisam ter atitudes e concretas em prol da igualdade racial, para acabar com o privil\u00e9gio de uns em detrimento de outros.\u00a0<\/em><\/p> <\/p> RMB<\/strong> - \u00a0Hoje voc\u00ea \u00e9 colunista da Vogue Gente (online), uma das maiores revistas de moda do pa\u00eds. Voc\u00ea vem sendo essa experi\u00eancia?\u00a0<\/em><\/p> GAL<\/strong> - A experi\u00eancia de escrever toda semana para uma revista como a Vogue tem sido muito interessante porque o prop\u00f3sito \u00e9 falar sobre diversidade, empoderamento feminino e sobre o negro. \u00c9 interessante ter esse espa\u00e7o para falar desses temas, que s\u00e3o urgentes e necess\u00e1rios. E para isso acontecer de fato, tenho levado alguns nomes de pessoas de v\u00e1rios setores para falar dessas quest\u00f5es urgente, tudo isso para que a gente consiga construir um mundo mais justo e igualit\u00e1rio.\u00a0<\/em><\/p> RMB<\/strong> - Quais s\u00e3o os seus planos para o futuro?<\/em><\/p> GAL<\/strong> - Em agosto em gravo um programa no SBT de culin\u00e1ria, que eu ainda n\u00e3o posso falar detalhes, rs. E essa participa\u00e7\u00e3o ser\u00e1 bem interessante porque eu n\u00e3o cozinho quase nada. Depois eu volto a gravar a novela e estou investindo para ter um programa de entrevistas. Esses s\u00e3o os meus planos para 2020 \/ 2021.<\/em><\/p> Realiza\u00e7\u00e3o e assessoria de imprensa<\/strong> - Leall Comunica\u00e7\u00e3o A atriz e produtora baiana Maria Gal acaba de se despedir da personagem Gleyce Soares, de As Aventuras de Poliana. Foram dois anos no ar, de forma ininterrupta, interpretando uma típica representante da mulher brasileira, que esbanja força e determinação. Do trabalho na faxina à faculdade de administração, sua personagem mostra realizar sonhos é possível. Em entrevista exclusiva à Revista MaisBonita, Gal fala do início da carreira em Salvador, sobre representatividade e racismo. Este tema, aliás, virou uma bandeira em sua trajetória de vida. Hoje, ela é uma das principais ativistas dos direitos dos negros no país. RMB - Você ficou no ar por dois anos seguidos com a Gleyce, de As Aventuras de Poliana, do SBT. Como foi essa experiência? GAL - Eu costumo dizer que essa personagem foi um grande presente e poder interpretá-la por tanto tempo na TV foi uma delícia. A Gleyce tem a trajetória de vida de muitas brasileiras, de mães solteiras que lutam para educar seus filhos, que batalha e que não desiste dos sonhos. RMB - Sua personagem teve uma trajetória muito bonita no ar, de superação, de empoderamento e de relação com filhos e amigos. Você se inspirou em alguém para construir essa personagem? GAL - Ah, a composição dessa personagem tem um pouco de muitas mulheres que convivi ao longo da vida, mas principalmente da minha mãe. RMB - A novela tem índices de audiência altíssimos e vai voltar no ano que vem. A família Soares volta? GAL - Sim, a família Soares volta com tudo e ainda melhor, pois terá a entrada do Henrique, personagem do Paulo Américo, que foi professor da Gleyce na faculdade de Administração. Eles terminaram juntos essa primeira fase e devem ficar ainda mais próximos. O núcleo cresce com a entrada dele e essa família fica ainda empoderada. Isso é muito gratificante para mim, porque ela teve uma trajetória muito linda dentro da trama e tenho certeza que para muita gente que torce pela personagem. GAL - Sim, muito bacana. É o programa "Dicas da Gleyce", que está lá no Youtube, dentro do canal oficial da novela. Como a Gleyce passou na faculdade de administração e por conta disso, a fora da trama, a personagem ganha esse programa que é basicamente dar dicas de finanças compartilhar experiências e empreendedorismo. Foi muito interessante trazer a personagem para a o mundo real e ainda mais num canal tão grande, com tanto alcance. São 7 milhões de inscritos e mais de 2.6 bilhões de visualizações. Está sendo muito interessante fazer esse programa e trazer essa personagem negra, falando de finanças, para o mundo real. O "Dicas da Gleyce" estreou no meio da pandemia e foi interessante poder levar um conteúdo relevante, como é o tema do empreendedorismo e finanças, para as pessoas bem neste momento delicado. RMB - Você está vivendo um momento muito bacana, não temos dúvida, mas como foi o início na profissão? GAL - Eu sou formada em designer gráfico e depois eu fui fazer curso de interpretação no Teatro Vila Velha, em Salvador. Eu sou baiana e morava em Salvador naquela época... Trabalhei com Márcio Meirelles e no Bando de Teatro Olodum. Ainda em Salvador eu fiz sonho de "Uma Noite de Verão", "Cabaré da Raça", enfim, muitas coisas marcantes. E, este início em Salvador foi muito importante na minha vida. Foi o momento que caracteriza a atriz que eu sou hoje, que tem esse DNA empreendedor e ativista. RMB - Você é negra, nordestina e mulher. Nada disso impediu que você saísse da sua cidade para viver seu sonho. De onde vem essa força? GAL - Essa força tem a ver com a minha família, que é muito espiritualizada, apesar de termos várias religiões numa mesma família, somos de muita fé. Eu sou de Oxum, capricorniana. Meu pai foi um homem que iniciou a vida como mecânico e virou Juíz. Ele foi um homem que batalhou, que estudou para ter um espaço melhor. Então, acho que vem daí essa vontade de crescer, de sonhar, de entender o meu lugar no mundo. Entender que eu sou a dona do meu destino. Não é fácil, mais é importante a gente sonhar grande. Sempre grande, gente e buscar parceiros, aliados para mudar o mundo para melhor. Um lugar mais justo, mais igualitário e fazer o que a gente realmente ama fazer. RMB - Como a mulher forte que você é lidou com o isolamento? Em algum momento a tristeza chegou? GAL - Ah, com certeza. É um momento delicado, que a gente não sabe o que vai acontecer, o que será do futuro, do Brasil e até do mundo! Ainda mais neste momento tão complexo e delicado que o país vive, em vários sentidos, como econômico, social... Então bate a tristeza sim, mas eu sou de muita fé e estou trabalhando muito em casa. Estou escrevendo muito para a minha coluna e escrevendo novos projetos também. A gente vai se adaptando a essa nova realidade e pedindo para essa vacina chegar logo, para que a gente possa voltar logo a vida, não como era antes, óbvio, mas para voltar a trabalhar, encontrar os amigos, a viver... RMB - Há alguns dias você sofreu uma ofensa racista nas redes sociais. Como lidou com isso? GAL - Não é nada agradável, é extremamente desconfortável, ainda mais que não é a primeira vez, sabe. Já tinha acontecido antes na rede social e até presencialmente. Acredito que ao longo da vida, toda ou quase toda a população negra já tenha sofrido racismo. Mas, é importante a gente não se calar. Não estamos sozinhos, é importante reforçar que não estamos sozinhos e ir atrás dos nossos direitos, pois racismo é crime! RMB - Você vê alguma solução para o problema do racismo no Brasil? GAL - Bem, a solução que eu vejo para Brasil hoje é que as pessoas brancas se sensibilize e tomem atitudes concretas em relação a isso. O movimento negro já vem falando sobre isso há anos e só agora uma parte da sociedade acordou e percebeu o quão gritante é o racismo neste país. É importante que as pessoas se conscientizem no dia a dia, porque a sociedade vê o racismo pelo âmbito da moral... O racismo não é só quando você xinga, ofende, ou mata alguém. Ele está presente no cotidiano, quando você emprega, está no vocabulário, está presente nas piadinhas e nas redes sociais. Está em todos os lugares. A única solução é mobilizar a sociedade, os políticos, pois as pessoas brancas estão nos postos de tomada de decisão e elas precisam ter atitudes e concretas em prol da igualdade racial, para acabar com o privilégio de uns em detrimento de outros. RMB - Hoje você é colunista da Vogue Gente (online), uma das maiores revistas de moda do país. Você vem sendo essa experiência? GAL - A experiência de escrever toda semana para uma revista como a Vogue tem sido muito interessante porque o propósito é falar sobre diversidade, empoderamento feminino e sobre o negro. É interessante ter esse espaço para falar desses temas, que são urgentes e necessários. E para isso acontecer de fato, tenho levado alguns nomes de pessoas de vários setores para falar dessas questões urgente, tudo isso para que a gente consiga construir um mundo mais justo e igualitário. RMB - Quais são os seus planos para o futuro? GAL - Em agosto em gravo um programa no SBT de culinária, que eu ainda não posso falar detalhes, rs. E essa participação será bem interessante porque eu não cozinho quase nada. Depois eu volto a gravar a novela e estou investindo para ter um programa de entrevistas. Esses são os meus planos para 2020 / 2021. Realização e assessoria de imprensa - Leall Comunicação Fonte: revistamaisbonita.com
RMB<\/strong> - \u00a0Sua personagem teve tanto destaque na trama que voc\u00ea ganhou um programa dentro do Youtube oficial de Poliana. Conta para gente como funciona?<\/em><\/p>
E depois eu migrei para SP. Era para fazer s\u00f3 uns cursos e ficar uns tr\u00eas meses, mas fiquei 10 anos. N\u00e3o foi f\u00e1cil, mas foi uma escola. Trabalhei como gar\u00e7onete para me manter em determinado per\u00edodo, trabalhei como professora de teatro e de dan\u00e7a, fiz eventos. Eu fui sem conhecer ningu\u00e9m em S\u00e3o Paulo e agrade\u00e7o at\u00e9 hoje aquele impulso juvenil que tive. N\u00e3o foi f\u00e1cil, mas fiz coisas incr\u00edveis por l\u00e1, como \"Teatro Oficina\", \"Escola Dram\u00e1tica da USP\", tive grupo de teatro s\u00f3 formado por atores negros... Depois eu vim para o Rio e comecei a produzir espet\u00e1culos teatrais atrav\u00e9s da minha pr\u00f3pria produtora, escrevi um livro chamado \"A bailarina e a bolha de sab\u00e3o\", fiz alguns trabalhos na TV e no cinema, como \"Joia Rara\", da TV Globo, fiz Carandiru, fiz 3% na Netflix, fiz tamb\u00e9m \"Dona Flor e seus dois maridos\", enfim, a n\u00e3o parei mais...\u00a0<\/em><\/p>
Logo que vi a mensagem eu j\u00e1 acionei os meus advogados. Temos que educar as crian\u00e7as e instru\u00ed-las que para serem antirracistas. A popula\u00e7\u00e3o branca do Brasil precisa se sensibilizar sobre isso, pois n\u00e3o foi \u00e0 toa que a popula\u00e7\u00e3o de v\u00e1rias partes do mundo foi \u00e0s ruas para pedir um basta ao racismo em meio \u00e0 pandemia. Aqui a gente precisa se mobilizar e educar os jovens, pois \u00e9 inadmiss\u00edvel que isso ainda aconte\u00e7a em pleno s\u00e9culo XXI, ainda mais quando mais da metade da popula\u00e7\u00e3o se auto declara negra.\u00a0<\/em><\/p>
\u00a0<\/p>
Fotos e make<\/strong> - Pino Gomes
Look - Paulo<\/strong> Zelenka Stylist<\/p>","indexed":"1","path":[1558,1995],"photo-thumb":null,"sdescr":null,"tags":[],"extracats":[],"request":"public","redir":null,"type":"showroom"},w.pageload_additional=[],w.cg_webpartners_dl=!0,w.cg_holiday=0;})(window,top)
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Uma mulher de atitude
RMB - Sua personagem teve tanto destaque na trama que você ganhou um programa dentro do Youtube oficial de Poliana. Conta para gente como funciona?
E depois eu migrei para SP. Era para fazer só uns cursos e ficar uns três meses, mas fiquei 10 anos. Não foi fácil, mas foi uma escola. Trabalhei como garçonete para me manter em determinado período, trabalhei como professora de teatro e de dança, fiz eventos. Eu fui sem conhecer ninguém em São Paulo e agradeço até hoje aquele impulso juvenil que tive. Não foi fácil, mas fiz coisas incríveis por lá, como "Teatro Oficina", "Escola Dramática da USP", tive grupo de teatro só formado por atores negros... Depois eu vim para o Rio e comecei a produzir espetáculos teatrais através da minha própria produtora, escrevi um livro chamado "A bailarina e a bolha de sabão", fiz alguns trabalhos na TV e no cinema, como "Joia Rara", da TV Globo, fiz Carandiru, fiz 3% na Netflix, fiz também "Dona Flor e seus dois maridos", enfim, a não parei mais...
Logo que vi a mensagem eu já acionei os meus advogados. Temos que educar as crianças e instruí-las que para serem antirracistas. A população branca do Brasil precisa se sensibilizar sobre isso, pois não foi à toa que a população de várias partes do mundo foi às ruas para pedir um basta ao racismo em meio à pandemia. Aqui a gente precisa se mobilizar e educar os jovens, pois é inadmissível que isso ainda aconteça em pleno século XXI, ainda mais quando mais da metade da população se auto declara negra.
Fotos e make - Pino Gomes
Look - Paulo Zelenka Stylist